TRE-GO e UFG lançam app de IA para combater fake news nas eleições

TRE-GO e UFG lançam app de IA para combater fake news nas eleições

Ferramenta está em fase piloto do desenvolvimento e vai apurar textos, áudios e vídeos suspeitos

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TRE-GO realizou um evento para apresentar a ferramanta de IA Guaia

 

Texto: Versanna Carvalho

Fotos: TRE-GO

O combate a conteúdos falsos, distorcidos ou fora de contexto, mais conhecidos como fake news, na esfera das eleições municipais de Goiânia, acaba de ganhar um aliado. É o aplicativo Guaia desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Informática da Universidade Federal de Goiás (INF/UFG) em parceria com o Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO). A novidade foi formalmente apresentada nesta sexta-feira (16/8), durante evento realizado na sede do TRE-GO. A ação integra o projeto “Combate à desinformação no âmbito da Justiça Eleitoral em Goiás” iniciado no ano passado com o apoio da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg). Veja aqui o álbum de fotos do lançamento da ferramenta.

Satisfeito com a entrega de um produto atual e necessário para o pleno funcionamento da cidadania, o presidente do TRE-GO, desembargador Luiz Cláudio Veiga Braga, afirma que “o Tribunal Regional Eleitoral de Goiás está na vanguarda” e que a ferramenta teve a sua excelência reconhecida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Segundo o Luiz Cláudio, alguns outros tribunais chegaram a desenvolver ferramentas para checagem de texto, ou de áudio, ou de vídeo separados. “É a primeira vez que temos um aplicativo que tem indicação para checagem de fake news ou deep fake de texto, áudio e vídeo. E essa ferramenta é nossa para meu orgulho e orgulho do TRE-GO”, comemora.

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Eliomar Araújo de Lima: ferramenta vai ser importante para apoiar as decisões da Justiça Eleitoral

 

O presidente do TRE-GO explica que os funcionários que vão dar suporte no TRE-GO ao projeto já foram escolhidos e preparados para a função. “Vai ser constituída uma comissão integrada por membros da corte para fazer esse acompanhamento também”.

Monitoramento ativo

A proposta é que o aplicativo de software Guaia faça o monitoramento ativo das redes de onde se originam as fake news e os conteúdos de desinformação. Todo tipo de desinformação que esteja acontecendo nas redes é passível de ser monitorada. Uma vez que uma notícia suspeita é detectada, ela é processada por essa ferramenta, passa por um processo de análise automatizado por meio do uso de ferramentas de inteligência artificial e, consequentemente, gera o resultado, que é uma pontuação (score) que pode variar de zero a 100%. Quanto mais próximo de 100%, maior a probabilidade de que seja uma fake news ou conteúdo distorcido.

 

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Luiz Cláudio Veiga Braga: TRE-GO está na vanguarda e app teve excelência reconhecida pelo TSE

 

"Digamos que uma imagem seja adulterada (parcial ou completamente) com o fim de macular a imagem de alguém. A IA pode identificar esse modelo, que vai sendo aperfeiçoado ao longo do tempo, e gera uma aplicabilidade. À medida em que há uma distorção da imagem, a própria IA gera uma marcação de onde partiu a adulteração. A ferramenta vai ser importante para apoiar as decisões dos magistrados da Justiça Eleitoral", exemplifica o diretor do INF UFG, Eliomar Araújo de Lima, que chefia a equipe de desenvolvedores da ferramenta para o TRE-GO. 

Quem vai usar

O presidente do TRE-GO afirma que a ferramenta de IA Guaia vai ser disponibilizada para os integrantes do TRE-GO e para o Ministério Público Eleitoral e trará benefícios enormes. Ele explica que quando for veiculada uma notícia, vídeo, foto ou áudio de conteúdo inverídico, imediatamente o juiz, com a segurança que a ferramenta pode dar, manda suspendê-lo, evitando os danos que são de desigualdade na disputa eleitoral. "Por que uma notícia falsa pode destruir uma candidatura", comenta Luiz Cláudio Braga.

 

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Felipe Terra: na UFG é possível desenvolver soluções relevantes para a sociedade, na fronteira da ciência

 

Por enquanto não está previsto o uso pela população. "Temos uma página do projeto que está hospedada na UFG e em breve o link vai ser disponibilizado para que as pessoas que identificarem algum conteúdo suspeito possam submetê-lo, por meio desse site, para que seja analisado e disponibilizado para os magistrados", adianta Eliomar. 

Argentina 

A equipe desenvolvedora do Guaia tem observado o comportamento dos disseminadores de conteúdo distorcido nas redes sociais. Ano passado, durante a realização das eleições na Argentina, também serviu de laboratório. "Pudemos ver o comportamento e a dinâmica da ação dos meliantes gerando fake news. E a rede social por meio da qual mais se disseminou fake news, foi o Tik Tok. E já vimos ali um comportamento diferente, por exemplo, do que ocorreu em 2022 no Brasil. Então nessas eleições da Argentina, já havia um volume de muitos conteúdos sintéticos, imagens, áudios, vídeos", comenta o professor da UFG.

Eliomar explica que o fato de o Tik Tok ter sido usado para disseminação de fake news deve-se, em parte, ao fato de a rede ser um fenômeno mundial. "Esse fenômeno se repete aqui e também tem sido a rede que mais cresceu no Brasil no último ano e nos últimos meses, com uma adesão muito grande dos jovens, principalmente". 

O representante da reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, no lançamento, o pró-reitor de Pós-Graduação (PRPG/UFG), Felipe Terra Martins, afirma que dentro da UFG é possível desenvolver soluções relevantes para a sociedade e que estejam na fronteira da ciência. "O mal que as fake news podem trazer são enormes e podem pôr em risco a nossa democracia".

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Fuente: Fonte : Secom UFG

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