CEIA e Mindify irão investir R$ 5 milhões em Inteligência Artificial na Saúde
Investimentos serão essenciais nas capacitações dos profissionais
A Saúde é uma das áreas que mais podem se beneficiar pelo uso massivo
de Inteligência Artificial (IA), mas é um dos segmentos que possuem os maiores
desafios.
Há desafios regulatórios, culturais e técnicos. Neste último caso,
destacam-se as dificuldades de se coletar dados clínicos de qualidade e de
provar que as sugestões da IA são confiáveis para o corpo clínico. Dados de boa
qualidade são fundamentais para boa parte das técnicas de IA modernas,
contudo, mesmo com dados robustos, ainda é difícil explicar como a Inteligência
Artificial funciona.
Visando ampliar e justificar a aplicação de IA na Saúde, o Centro de
Excelência em Inteligência Artificial da UFG (CEIA-UFG), unidade de pesquisa
credenciada à Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial
(EMBRAPII), firmou parceria com a startup Mindify, com o objetivo de investirem
mais de 5 milhões de reais. Os recursos serão provenientes de recursos próprios
e de financiamentos não reembolsáveis do SEBRAE e da EMBRAPII.
André Ramos, CEO da Mindify, explica que a saúde é um sistema
complexo no qual todos os envolvidos têm a obrigação de fazer a sua parte
corretamente e na hora certa, ou seja, é preciso coordenação, porém para haver
coordenação é preciso haver compreensão de todos os envolvidos do que está
acontecendo e isso nem sempre acontece.
Ramos ressalta que neste sentido o projeto visa criar algoritmos de IA
capazes de sugerir condutas e de justificar essas sugestões aos profissionais da
saúde. "Serão criados mecanismos simples de usar para fomentar a educação
médica continuada ainda dentro dos consultórios."
Adriano de Paula Ramos, médico neurocirurgião, que também participa
do projeto, comenta que a Medicina por si só é enigmática, com o agravo de que
há novidades frequentes, logo se faz necessária a constante reciclagem de todo
o corpo clínico que atualmente carece de ferramentas educacionais simples, que
possam ser utilizadas no dia a dia, período quando as dúvidas mais surgem.
Segundo a Profa. Telma Soares, coordenadora geral do CEIA, a IA tem
potencial real de ajudar a capacitar equipes de Saúde em larga escala, por ser
uma área com desafios complexos, porém com ótimas perspectivas de soluções,
por meio das experiências do CEIA e da Mindify nos projetos afins.
Por meio deste projeto, a Mindify caminha rumo a sua visão de futuro que
é se consolidar como a principal solução do mercado para aplicação de linhas
de cuidado.
VISÃO
Visão reconhecida por prêmios corporativos da Bayer, Roche e Johnson
& Johnson e pelo prêmio de melhor startup da renomada aceleradora de
empresas Plug & Play Japão.
A Mindify ainda foi classificada como a segunda que mais praticou
inovação aberta com grandes empresas no Brasil na área de Saúde pelo
renomado 100 Open Startups, edições de 2021 e 2022.
MAIS INFORMAÇÕES
CEIA
O CEIA, unidade Embrapii para IA, foi criado em parceria com a Fundação
de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás – FAPEG e tem por missão
disponibilizar e transferir tecnologias baseadas em Inteligência Artificial,
promovendo a competitividade de organizações públicas e/ou privadas, através
do desenvolvimento de soluções tecnológicas inovadoras com foco principal
para o setor de saúde, logística, segurança, energia e cidades inteligentes
envolvendo empresas, startups do ecossistema e instituições de ensino e
pesquisa.
MINDIFY
A Mindify faz automação operacional e tática de linhas de cuidado e assim
reduz em até 84% a burocracia assistencial ou de pesquisa clínica, em
comparação com o uso de um prontuário eletrônico ou formulário de pesquisa
clínica tradicional, e ainda melhora substancialmente as margens financeiras dos
serviços de Saúde.
Na prática simplifica processos e minimiza a fragmentação da Saúde
oferecendo para profissionais da Saúde e paciente formulários capazes de
coletar dados estruturados, de os validar em tempo real e de oferecer suporte à
decisão. Já os gestores têm acesso a dashboards contendo indicadores
embasados em dados clínicos detalhados.
Texto: Bruno Cunha / CEIA